Sintomas:
- As fraturas do quadril costumam ser muito dolorosas e se houver separação de fragmentos de ossos fraturados, as pessoas não conseguem andar, ficar de pé ou mover a perna;
- Quando elas deitam, a perna afetada pode parecer mais curta e pode virar-se para fora. No entanto, se os fragmentos fraturados estiverem encavalados e a fratura for pequena, às vezes as pessoas conseguem caminhar e podem sentir apenas dor leve e a perna parece normal;
- Se vazar muito sangue da fratura ou dos vasos sanguíneos adjacentes rompidos, o indivíduo pode sentir sensação de desmaio, fraqueza e a área pode inchar, formando um hematoma arroxeado;
- Às vezes, quando o quadril está fraturado, a dor parece vir do joelho e não do quadril. Isso acontece porque o joelho e o quadril compartilham parte das mesmas vias nervosas.
Importante: Se a fratura do quadril forçar o indivíduo a ficar na cama por um longo período, ele terá maior risco de desenvolver problemas como:
- Úlceras de decúbito;
- Coágulos sanguíneos que poderão causar embolia pulmonar;
- Confusão mental;
- Pneumonia;
- Perda de músculo e diminuição da forma física geral (chamado descondicionamento).
As pessoas idosas estão mais propensas a manifestar problemas decorrentes de repouso na cama e esses problemas podem ter consequências mais sérias.
A fratura do quadril pode mudar a forma como elas vivem. Pessoas idosas podem se tornar incapazes de realizar suas atividades diárias habituais.
Elas podem precisar de alguém para ajudá-las em casa, ou podem ter que se mudar para um asilo. As pessoas podem ficar deprimidas se a fratura limitar o que podem fazer, ou acabar com sua independência.
Diagnóstico:
É realizado por meio de Radiografias e, às vezes, com imagem por ressonância magnética ou tomografia computadorizada.
Os médicos suspeitam de fratura do quadril baseados na descrição da lesão pela pessoa, nos sintomas e nos resultados do exame físico.
Uma radiografia costuma mostrar fraturas evidentes e ajuda os médicos a confirmarem o diagnóstico. Entretanto, as radiografias às vezes parecem normais mesmo quando há presença de fratura.
Isso pode acontecer quando a fratura for pequena e os fragmentos ainda estiverem no lugar. Assim, se os médicos continuarem a suspeitar de fratura do quadril ou, se a pessoa continuar a ter dor e não puder ficar de pé um dia ou mais depois de uma queda, eles usam uma imagem por ressonância magnética (IRM) para verificar se há fraturas pequenas.
Às vezes é feita uma tomografia computadorizada (TC), mas ela é menos precisa para detectar fraturas pequenas do quadril.
Tratamento:
Geralmente, o tratamento consiste em cirurgia, pois ela abrevia o tempo de permanência das pessoas na cama e reduz o risco de problemas sérios que o repouso na cama pode causar.
A cirurgia permite às pessoas saírem da cama e começarem a andar o mais rápido possível. Em geral, a pessoa consegue dar uns passos apoiada em um andador um ou dois dias após a operação. A reabilitação (Fisioterapia) começa o mais rápido possível.
Os quadris fraturados podem ser cirurgicamente reparados ou substituídos. O procedimento usado para reparo é chamado redução aberta com fixação interna (ORIF – Cirurgia).
O quadril é reparado se a fratura não for grave demais, mas pode ser substituído (artroplastia) quando a fratura for grave, ou quando o fornecimento de sangue para a cabeça do osso da coxa tiver sido comprometido.
As fraturas do colo femoral do quadril podem ser reparadas inserindo-se pinos metálicos através do colo e na cabeça do fêmur.
As fraturas intertrocantéricas do quadril podem ser reparadas fixando-se um parafuso de compressão deslizante e placa metálica lateral que mantêm os fragmentos ósseos em sua posição normal enquanto a fratura é consolidada.
O reparo costuma ser forte o suficiente para permitir que as pessoas fiquem de pé e coloquem seu peso na perna afetada pouco depois da cirurgia.
Embora o osso geralmente seja restaurado em alguns meses, a maioria das pessoas precisa de pelo menos seis meses antes de se sentir confortável e forte e poder andar como fazia antes da fratura. No entanto, cada vez mais, as fraturas de quadril estão sendo tratadas com parafusos intramedulares (um tipo de parafuso usado para estabilizar o osso) ou substituição total de quadril.
Substituição de quadril:
Pode-se substituir uma parte ou toda a articulação do quadril. Antes de substituir a articulação, os médicos retiram os fragmentos fraturados do osso.
Se for necessária substituição parcial do quadril (hemiartroplastia), os médicos usam uma peça metálica em forma de esfera (prótese) projetada para adaptar-se no encaixe da articulação do osso pélvico. A prótese tem uma haste forte que se encaixa no centro do osso da coxa.
Algumas próteses são fixadas ao osso com um cimento plástico de secagem rápida. Outras próteses têm revestimentos porosos especiais ou de cerâmica aos quais o osso viável circundante pode aderir diretamente.
Às vezes é necessária a substituição total do quadril (artroscopia total do quadril), por exemplo, quando houver probabilidade de uma fratura do colo do fêmur interromper o fornecimento de sangue ao quadril. Neste procedimento, a cabeça femoral e a superfície do encaixe são substituídos.
Depois da cirurgia de substituição do quadril, a pessoa geralmente começa a andar apoiada em muletas ou andador dentro de um a dois dias após a operação, mudando para uma bengala após seis semanas.
Como as articulações artificiais não duram para sempre, os indivíduos com comportamento ativo e/ou peso corporal elevado, podem necessitar de outra intervenção cirúrgica dez a vinte anos mais tarde.
Muitas vezes, a substituição de articulação é uma boa opção para pessoas idosas, pois é menos provável que elas precisem de outra operação. Além disso, pessoas idosas beneficiam-se substancialmente por conseguirem andar quase imediatamente após a cirurgia.
Reabilitação após uma fratura de quadril:
A reabilitação é iniciada o mais rápido possível após uma cirurgia de fratura do quadril, frequentemente após um dia.
Os objetivos iniciais são ajudar as pessoas a preservar o nível de força que tinham antes da fratura, mantendo-as em movimento e evitando a perda do tônus muscular, prevenindo problemas que resultem do repouso na cama.
O objetivo principal é restabelecer sua capacidade de caminhar como faziam antes da fratura.
Algumas vezes, horas após a cirurgia, as pessoas são estimuladas a sentarem em uma cadeira, pois sentar reduz o risco de úlceras de decúbito e coágulos de sangue, além de facilitar a transição para ficar de pé.
O paciente, neste caso, deve aprender a fazer exercícios diários para fortalecer o tronco e os músculos dos braços e, por vezes, também aprendem a fazer exercícios para fortalecer os músculos maiores de ambas as pernas.
Etapas da Reabilitação:
- Durante o primeiro dia depois da cirurgia, o paciente é incentivado a levantar-se sobre a perna saudável com a assistência de alguém, ou mesmo apoiar-se em uma cadeira ou em uma barra da cama.
- Durante a realização dos exercícios, as pessoas são orientadas a colocarem no chão apenas as pontas dos dedos do pé da perna lesionada.
No segundo dia após a cirurgia, incentiva-se o paciente a apoiar todo o seu peso sobre a perna lesionada, embora isso dependa do tipo de fratura e da recuperação.
- Os exercícios de deslocamento (caminhada) têm início ao fim de 4 ou 8 dias após a cirurgia, assim que a pessoa puder suportar todo o seu peso sobre a perna lesionada, sem que isso lhe cause incômodo e com equilíbrio suficiente.
- Os exercícios de subir escadas são iniciados assim que a caminhada for retomada. Além disso, podem aprender a utilizar uma bengala ou outro dispositivo de assistência para reduzir o risco de quedas.
- No período que varia entre 01 e 03 meses após a alta, são tomadas medidas para evitar lesões, como a realização de exercícios diariamente para fortalecer os músculos da perna afetada e do tronco. Neste período o pós-operado não deve levantar ou empurrar objetos pesados, permanecer sentadas por muito tempo e não se inclinar, esticar ou pular. E quando sentadas, não devem cruzar as pernas.