Reparo de Instabilidades do Ombro
Reparo de Instabilidades do Ombro
O ombro é a articulação (junta) que tem mais liberdade de movimento do nosso corpo – isso porque o ombro, junto com o cotovelo, tem a função de pôr a mão em qualquer lugar do espaço.
A instabilidade do ombro é um problema comum, cuja incidência vem aumentando nos últimos anos em função do maior número de praticantes de atividades físicas.
Toda articulação tem de ter duas capacidades simultâneas:
- Funcionar normalmente e;
- Manter-se estável, ou seja, ao mesmo tempo em que dois ossos deslizam entre si, o contato entre eles deve manter-se durante todo o movimento, conforme uma articulação.
Existem articulações em nosso corpo que são extremamente “estáveis”, como o quadril e o joelho. Deslocamentos destes tipos de junta só ocorrem em traumas de grande energia, pois a estabilidade delas é enorme. Todavia, com o ombro a coisa não é bem assim.

Anatomia e Instabilidade do Ombro
O ombro é uma junta propensa a deslocar-se (sair do lugar) e o primeiro motivo é a própria arquitetura óssea da articulação. O ombro, do ponto de vista ósseo, funciona como uma bola de golfe no seu apoio – existe uma base muito pequena, que sustenta uma estrutura muito grande.
Sendo assim, existem várias outras estruturas que ajudam o ombro a “manter-se no lugar”, durante todos os movimentos que possa fazer. Entre elas, estão alguns tendões e músculos, mas os elementos mais importantes são, sem dúvida, a cápsula articular (bolsa que envolve a articulação) e seus ligamentos. Estes elementos têm como função agregar estabilidade ao ombro em todas as posições.
Tipos de Instabilidade do Ombro
Existem alguns tipos de instabilidades do ombro, ou seja, ele pode “sair do lugar” de formas diferentes. Na verdade, o que caracteriza os diferentes tipos de instabilidade do ombro é a direção, ou seja, o sentido do deslocamento, quando este fato ocorre.
O ombro pode deslocar-se para trás (posição rara), para baixo (muito mais raro ainda) e para frente. O deslocamento para frente, que é chamado de “anterior”, é o mais comum.
Instabilidade anterior do ombro
A instabilidade anterior do ombro é a situação em que o ombro se desloca para frente. Isso quer dizer que, quando ocorre o deslocamento (na verdade, o termo é luxação), o osso do braço, chamado de úmero, se desloca pra frente do corpo.
A luxação anterior do ombro é a mais freqüente, o que faz com que 92% a 98% dos casos de deslocamento de ombro sejam de luxação anterior.
A luxação anterior ocorre geralmente associada a um trauma, que costuma ser de alta energia.
Classicamente, ocorre quando o ombro está abduzido (elevado pela lateral do corpo) e rodado externamente (ou seja, para trás). Estes episódios costumam ser muito dolorosos e, quando ocorrem, devem ser abordados pelo médico.
O paciente deve ser levado ao médico (geralmente, um pronto-socorro) o mais rápido possível, e deve ser radiografado. É importante dizer que o ombro não deve ser colocado no lugar até que sejam feitas radiografias adequadas (pois pode haver fratura associada).
Depois de feitas as radiografias, o ombro deve ser “reduzido” (ou seja, “colocado no lugar”) por um médico – este procedimento não é simples, e pode trazer sequelas, se feito de modo incorreto.
O que acontece quando o ombro se desloca para frente?
Quando o ombro sofre uma luxação anterior, quase sempre ocorre a lesão de um importante ligamento, chamado de gleno-umeral ântero-inferior.
Quando o ombro se desloca, este ligamento se rompe e este rompimento é chamado de Lesão de Bankart (na maioria das vezes, essa lesão não cicatriza corretamente e isso significa que, na prática, uma vez que o indivíduo tenha sofrido um episódio inicial de luxação anterior, tem altas chances de desenvolver novos episódios, sendo que cada vez com mais facilidade).
Sabe-se que, quanto mais jovem o paciente, menor a chance de cicatrização adequada.
Podemos dizer que, se o paciente tem 20 anos de idade, a chance de o ligamento não cicatrizar bem é de mais ou menos uns 90% a 96 %. Estes números caem um pouco até os 30 anos, quando a chance de não-cicatrização fica em 80% a 85 %. Todavia, de um modo geral, a Lesão de Bankart raramente cicatriza bem.
Após a ocorrência de uma luxação anterior, o paciente deve ficar imobilizado, em uma tipoia simples, por até duas semanas. Este período de imobilização tem como intenção deixar o paciente sem dor e facilitar a resolução do processo inflamatório que se cria na articulação.

Tratamento
Após sofrer um episódio de luxação anterior, o paciente deve ser submetido à realização de um exame chamado Ressonância Magnética. Este exame mostra, com clareza, se houve uma lesão ligamentar e revela a extensão (tamanho) da mesma. A partir de então, deve-se avaliar a idade e as aspirações esportivas e recreativas de cada um.
Na prática, o tratamento da lesão de Bankart é cirúrgico, para possibilitar a colocação do ligamento no lugar correto e para que o mesmo possa cicatrizar adequadamente. Com isso, o paciente volta a ter suas atividades físicas com segurança.

Cirurgia de Instabilidade do Ombro
O tratamento da instabilidade anterior sempre foi feito, até poucos anos atrás, de modo convencional, ou seja, através de cirurgia aberta. Esta cirurgia obtinha bons resultados, porém implicava em uma cicatriz grande e era tecnicamente difícil de ser realizada. Todavia, a cirurgia do ombro tem evoluído muito nos últimos anos, com o advento da técnica artroscópica (por vídeo). Pode dizer, atualmente, que a Artroscopia revolucionou a cirurgia do ombro, não somente no tratamento da instabilidade, como no tratamento de outros problemas da articulação.
Técnica Cirúrgica da Artroscopia
Pela técnica artroscópica (Artroscopia no Ombro), são feitos 3 ou 4 pequenas incisões na pele, de 3 a 4 mm de extensão. Através destas pequenas “aberturas” (portais), são introduzidos uma câmera de vídeo e algumas pinças e dispositivos especiais, com os quais pode-se realizar a cirurgia de modo simples e seguro.
A cirurgia consiste na introdução de pequenos parafusos (chamados âncoras), com as quais conseguimos colocar o ligamento no lugar certo. Esta cirurgia dura menos de 60 minutos e permite uma volta mais precoce às atividades de trabalho, além de promover um pós-operatório praticamente isento de dor.
Recuperação do paciente
A recuperação costuma ser simples e tranquila. O paciente geralmente recebe alta no mesmo dia da cirurgia e deve usar uma tipoia por três (03) ou quatro (04) semanas, após as quais começa a Fisioterapia. O retorno às atividades diárias de vida (dirigir, digitar, alimentar-se, etc.) já se dá em um mês de pós-operatório e a volta as atividades físicas ocorre entre o quarto e o sexto mês.
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